Visitando o clássico Mont Saint-Michel
Inicialmente, era relativamente modesto para os padrões da época. Mais tarde, seu filho Luis XIV ampliou e aprimorou o edifício e, finalmente, transferiu a corte para seus domínios..
Saiba maisInicialmente, era relativamente modesto para os padrões da época. Mais tarde, seu filho Luis XIV ampliou e aprimorou o edifício e, finalmente, transferiu a corte para seus domínios..
Saiba maisInicialmente, era relativamente modesto para os padrões da época. Mais tarde, seu filho Luis XIV ampliou e aprimorou o edifício e, finalmente, transferiu a corte para seus domínios..
Saiba maisInicialmente, era relativamente modesto para os padrões da época. Mais tarde, seu filho Luis XIV ampliou e aprimorou o edifício e, finalmente, transferiu a corte para seus domínios..
Saiba maisInicialmente, era relativamente modesto para os padrões da época. Mais tarde, seu filho Luis XIV ampliou e aprimorou o edifício e, finalmente, transferiu a corte para seus domínios..
Saiba maisFiltrar por
Balé ou ballet, a pronúncia é a mesma e você já começa esse post aprendendo uma pronúncia essencial da língua francesa: palavras que terminam em “-ET” tem som aberto como o nosso “É”.
E é através desse cenário que te convido subir aos palcos com a gente para conhecer a história do balé, sua relação com a França e com o idioma. Mas antes quero te apresentar a Natália, nossa parceira nesse projeto:
“Olá, sou a Nat, bailarina formada pela Escola do Guaíra e professora de dança que adora dividir sua paixão sobre esse mundo. No meu perfil do instagram, compartilho curiosidades sobre a dança, aulas de dança e o aprendizado que meus alunos me proporcionam!”
Sabemos que hoje em dia ir ao teatro, apreciar um espetáculo “vivo” pode ser sinônimo de privilégio para muitos. Infelizmente, os ingressos para shows, óperas, balés e peças teatrais tiveram um aumento assustador nos últimos anos. São vários os motivos do aumento de preço: locação, figurinos, impostos, salários de todos da equipe, investimento em mídia para divulgação…
Mas acreditamos que existe sim uma forma DEMOCRÁTICA de acessar cultura e precisamos divulgar as oportunidades que foram criadas nos últimos dias. Falar disso aqui e em todas as nossas redes sociais será uma forma de contribuir ao acesso à cultura, através da internet.
Como vocês vão ler, a arte está presente no ser humano, ela nos traz reflexão e nos aproxima do belo, no conceito mais elevado de beleza, no sentido de que ela, a arte, nos aproxima do divino, da humanidade. Allez, c’est parti! Pegue sua bagagem de conhecimento e vamos começar nosso passeio.
Serão 4 artigos publicados aqui no blog, com os temas:
1- Relação do balé com a cultura francesa
2- Balé de repertório e a conexão com a língua francesa
3- Como pronunciar e o que significam os nomes dos passos de balé em francês
4- Perfis de bailarinos e bailarinas francesas para você seguir no instagram
A dança sempre permeou a história. Desde os tempos das cavernas, sendo atrelada à mágica e a natureza; passando pelos povos milenares como os da Grécia e Egito, que dançavam para seus Deuses, em comemorações e em funerais; até na Idade Média, onde foi proibida por ser considerada profana, resistindo em segredo entre a população. A dança, assim como outras manifestações artísticas, encontrou novamente sua força no Renascimento. Neste período, a dança foi para as cortes e salões de grandes castelos, e é aqui que a história da dança se cruza com a história da França – e da língua francesa – para nunca mais se separar.
Nas cortes da Itália, foi-se desenvolvendo uma dança com especificidades, seguindo um padrão atrelado à nobreza, a elite, com um certo ar de austeridade. Esse balé de corte começa a se misturar com a história da França quando Catarina de Médici, princesa italiana, se casa com o rei francês Henrique II.
Quando Catarina vai à França para se casar, leva consigo artistas de ópera e dança e um coreógrafo famoso da época, Batarazini Di Belgoioso (que tinha um nome artístico afrancesado: “Balthasar de Beaujoyeulx” – leia / baltazár de bojoiö / ). Belgoioso – ou Beaujoyeulx, como queiram -, trouxe o balé de corte para o teatro, junto com elementos como a poesia, o canto e orquestra. Essa mistura agradou muito os nobres franceses, e mais tarde, encantaria de vez Luís XIV, o “Rei Sol”.
Luís XIV, reinando do Castelo de Versalhes, se apaixonou pelo balé. Em 28 de junho de 1669 o rei decreta a criação da primeira academia de artes no seu reino. Vendo o sucesso que os pequenos “divertissements” – leia / divertissemã / – levavam aos nobres italianos, Luís XIV incentiva o desenvolvimento da arte que envolvia música, dança e espetáculos.
Assim foi fundada a Escola Nacional de Ballet, que mais tarde passaria a ser chamada de Ópera de Paris. Luís XIV é também chamado de rei Sol, e o motivo é por ter interpretado esse papel no Ballet de La Nuit – leia / balé de la nuí / – , com um figurino muito exuberante e brilhoso. A criação dessa escola e de balés cada vez mais refinados, ajudou a trazer profissionalismo ao ballet.
A história também ajuda a moldar a técnica da dança clássica: o en dehors – leia / ãn deóR / – (como é chamada a rotação externa da coxa, joelho e pés durante a performance), se fez necessário quando o ballet foi para os palcos e sua plateia composta de nobres e, principalmente do rei, não admitiria que lhe fossem viradas as costas.
A partir disso, Pierre Beauchamps – leia / piér bochã / – , considerado o primeiro grande maitre de ballet, vindo de uma família artística influente, desenvolveu as cinco posições de pés, que foram ditando a organização e a estética do ballet. Depois de Beauchamps, outro francês foi responsável por documentar a técnica do balé clássico, em suas famosas cartas. Ele se chamava Jean-Georges Noverre e seu aniversário, 29 de abril, é a data em que comemoramos o Dia Internacional da Dança.
Como vimos, tanto a codificação quanto a documentação do balé clássico foram feitas por franceses. Por isso a técnica da dança clássica é toda codificada em língua francesa. Desde os nomes dos passos, passando pelas mais diversas ações e mímicas, até a quantidade de bailarinos dançando juntos, tudo em francês! Como descobriremos mais pra frente, o significado das palavras designadas a determinados passos faz muito sentido e nos ajudam a entender a técnica e melhorar a qualidade dos movimentos.
Depois de 12 endereços diferentes finalmente a Academia de dança e música teria um espaço digno de seus espetáculos. Em 1861, após um concurso público promovido pelo prefeito de Paris, Monsieur Haussmann, e pelo imperador Napoleão III, o arquiteto Charles Garnier pôde colocar em prática o seu projeto mais importante.
Não foi nada fácil dar continuidade nas obras, afinal de contas o país passou pela Guerra Franco-Prussiana, a queda do Império francês e a Comuna de Paris. Além disso, um agravante técnico: a região sob a qual o teatro se construía era extremamente pantanosa, o que colocava em risco a fundação do prédio. Antes que tudo viesse literalmente por água abaixo, o arquiteto e sua equipe tiveram que bombear água durante oito meses.
Em um movimento arquitetural ousado para a época, Garnier cria um reservatório embaixo do palco do teatro, para conter o fluxo de água sem prejudicar a estrutura. Dizem que este fato inspirou o escritor Gaston Leroux na sua obra épica “O Fantasma da Ópera”, ou em francês “Le Fantôme de l’Opéra” – leia / lê fantóme de loperrá / cujo enredo é inspirado em fatos e folclores da própria Ópera de Paris.
Enfim, em 15 de janeiro de 1875 as portas do suntuoso teatro se abriram ao público, com a estreia da ópera A Judia.
➡ sua área total é de 11.000m2
➡ no palco cabem 450 artistas
➡ sua capacidade é para 1979 espectadores sentados
➡ por ano, são em média 1505 espetáculos, 14132 sessões com a participação de 5709 artistas
➡ o “lago” é real e recentemente foi esvaziado para uma limpeza.
➡ por ser um lugar seguro, os bombeiros da cidade de Paris treinam técnicas de mergulho no reservatório (reportagem em francês aqui).
Hoje em dia, temos duas óperas: a Garnier situada no neuvième arrondissement – leia / növiém- arrondissemã / – e a Opéra National, ou Opéra Bastille, localizada bien sûr na Place de la Bastille – leia / pláce d’lá bastíe /.
Fachada da magnífica Opéra de Paris. Foto @ohlaladani.
Opéra Bastille e sua construção moderna. Foto @nutri.patipate que fez nosso roteiro de 2 dias e compartilhou com a gente.
A nova casa apresenta arquitetura moderna e totalmente construída a favor da acústica para grandes óperas. Mas também é onde temos os maiores espetáculos de balé, devido ao arranjo espacial, capaz de guardar cenários gigantescos atrás de suas cortinas.
Você pode visitar as duas casas de espetáculos, quando visitar Paris. Neste post, você encontra em detalhes como fazer o passeio. Se você ama arte, cultura e teatros, é um must go.
Te espero nos próximos artigos sobre balé e agradeço ao fotógrafo Kazuo ota pela nossa foto de capa linda 😍 (merci Unsplash).
Bisous,
Dani.