Visitando o clássico Mont Saint-Michel
Inicialmente, era relativamente modesto para os padrões da época. Mais tarde, seu filho Luis XIV ampliou e aprimorou o edifício e, finalmente, transferiu a corte para seus domínios..
Saiba maisInicialmente, era relativamente modesto para os padrões da época. Mais tarde, seu filho Luis XIV ampliou e aprimorou o edifício e, finalmente, transferiu a corte para seus domínios..
Saiba maisInicialmente, era relativamente modesto para os padrões da época. Mais tarde, seu filho Luis XIV ampliou e aprimorou o edifício e, finalmente, transferiu a corte para seus domínios..
Saiba maisInicialmente, era relativamente modesto para os padrões da época. Mais tarde, seu filho Luis XIV ampliou e aprimorou o edifício e, finalmente, transferiu a corte para seus domínios..
Saiba maisInicialmente, era relativamente modesto para os padrões da época. Mais tarde, seu filho Luis XIV ampliou e aprimorou o edifício e, finalmente, transferiu a corte para seus domínios..
Saiba maisFiltrar por
No post anterior falamos sobre a história do balé e sua conexão com o rei Luís XIV, a Opéra de Paris e toda a influência que essa arte teve e tem na história da França. Dando continuidade, vamos entender quais são as diferentes metodologias.
O conteúdo deste artigo foi produzido pela Nah Tedeschi, professora de balé formada pelo Teatro Guaíra e nossa parceira nesse projeto.
Depois dessa “oficialização” e profissionalização do ballet feita por Luís XIV, Beauchamps e Noverre, a arte foi se espalhando e crescendo, primeiramente pela Europa e depois pelo resto do mundo. Muitos bailarinos que estudavam a técnica clássica com intuito profissionalizante foram fazendo sua parte para a evolução da técnica – alguns criavam passos novos, alguns pensavam em estilos de braços um pouco diferentes, alguns priorizavam a parte artística. A partir disso foram se desenvolvendo escolas, cada uma com sua metodologia particular dentro do ballet.
Quem nunca se sentiu assim na aula de dança, n’est-ce pas? 😂
As metodologias mais conhecidas e estudadas hoje, além da francesa, que prioriza a leveza e a limpeza dos movimentos, são:
Técnica italiana. Enrico Cecchetti elaborou uma técnica muito rígida e focada em força e virtuosismo. Foi o primeiro a desenvolver uma técnica mais organizada, o que ajudou muitos professores, influenciando também bailarinos e futuras técnicas, como Vaganova e a técnica inglesa (Royal).
Técnica russa. Foi desenvolvida pela bailarina Agrippina Vaganova, que misturou a fluidez e expressividade dos braços e tronco do método francês com a virtuosidade do método italiano. Essa metodologia é utilizada no Bolshoi do Brasil, que fica em Joinville.
Olha que legal! Durante a pandemia, os professores da Royal Academie gravaram vídeos para Balé Iniciante Adulto. São 9 aulas disponíveis no canal do Youtube deles.
Técnica inglesa. A Royal Academy of Dance foi fundada em 1920 por uma associação de professores da Grã-Bretanha, que uniram o que consideravam os melhores princípios das técnicas francesa, italiana e russa para desenvolver seu estilo. A Royal oferece seu método para professores e escolas no mundo todo, com um sistema fechado de aulas e provas, com avaliadores oficiais. A técnica Royal é muito focada em consciência corporal e nos mínimos detalhes para que tudo seja perfeito.
Trecho de Quebra Nozes, do New Yot City Ballet, clássica escola Balanchine.
Técnica americana. A técnica que surgiu em Nova York dita muito de como o ballet acontece nos Estados Unidos, foi criada na verdade por um russo: George Balanchine. Nos anos 20, após fugir da então União Soviética, Balanchine abriu a School of American Ballet com ajuda de financiadores de arte. Seu método mistura elementos do tradicional ballet russo (antes de Vaganova) com o chamado neoclássico. Os princípios que mais aparecem na técnica de Balanchine são: dinâmica (principalmente movimentos de agilidade, chamados allegros), musicalidade rítmica e braços ousados. Balanchine é considerado o precursor do ballet neoclássico.
O ballet foi para Cuba a pedido da esposa de um cônsul de Cuba em Nova York, nos anos 30. Um casal de bailarinos formados pela Escuela de Ballet de Pro-Arte Musical, que tinha professores russos, Alice e Fernando Alonso, decidiram abrir uma escola própria. A ideia era adicionar características da cultura e biótipo de bailarinos latino-americanos na técnica clássica (que ideia incrível! Vamos falar mais disso depois). Mais tarde, criaram o Ballet Nacional de Cuba, uma das grandes companhias clássicas do mundo, conhecida por ter bailarinos fortes, ágeis e que giram muuuuitas piruetas (já vi pessoalmente, é de cair o queixo).
As diferenças entre essas metodologias e escolas é muito sútil e suas nuances e especificidades só conseguem ser bem percebidas por olhos treinados, com exceção talvez da técnica cubana, que apresenta um certo temperamento. Bailarinos e professores costumam ter metodologias preferidas, tanto para dar aula quanto para prestigiar como espectadores.
A dança moderna surgiu entre o fim do século XIX e início do século XX. Os artistas que iniciaram esse movimento estavam cansados e insatisfeitos com a rigidez da técnica do ballet clássico e com sua extrema polidez. Eles buscavam uma forma mais livre de se expressar, além de abordar temas que não fossem apenas histórias fantásticas e leves.
Alguns desses dançarinos criaram diferentes expressões artísticas. Uns desenvolveram figurinos que funcionavam como objeto cênico e interagiam com a iluminação, outros dançavam de improviso inspirados pela natureza, outros ainda colocaram expressionismo em sua dança.
Quem marcou muito a Dança Moderna, e é referência até hoje, foi Martha Graham. A norte-americana desenvolveu uma técnica codificada – tanto quanto o ballet clássico, podemos dizer – porém com foco principal na transmissão de emoções, inclusive as mais brutais dentre elas. Sua técnica é a mais conhecida e a que mais representa o movimento da Dança Moderna ao redor do mundo. A escola fundada por Graham existe até hoje e perpetua os princípios técnicos da época (o Instagram da escola é bem legal de acompanhar!).
Ver essa foto no Instagram
Uma publicação compartilhada por Martha Graham School (@marthagrahamschool) em
Analisando a parte mais prática, a Dança Moderna subverte alguns conceitos do ballet clássico: com relação aos temas das obras, o que era mágico e suave, transforma-se em mundano e sofrido; o que era nas pontas dos pés muda para quedas e sequências dançadas no chão; O que era rotação en dehors (leia /ã deór/), agora vira paralelo; o que parece fácil mostra toda sua dificuldade.
(Vale aqui ressaltar que o ballet clássico de alta performance não é fácil, mas quem estuda sabe que a intenção é fazer parecer fácil!)
Os movimentos da Dança Moderna focam em contrações, torções, mudanças de eixo, tem sequências inteiras sendo dançadas no chão, muitos movimentos de coluna.
Assim como os precursores de Dança Moderna estudaram Ballet Clássico, os precursores do que chamamos de Dança Contemporânea vieram de escolas de Dança Moderna. O movimento considerado pioneiro nessa modalidade de dança chama-se Judson Church Theater. Criado nos anos 60, os bailarinos que compunham o grupo, do qual podemos destacar Steve Paxton e Trisha Brown, participavam de eventos políticos e contava com a presença de artistas visuais, cineastas e músicos.
O grupo pretendia tirar da dança a pesada dramaticidade trazida pela Dança Moderna, e pensar só em dançar: movimento pelo movimento. Essa ideia também fez com que alguns elementos que caracterizavam a dança como um grande espetáculo fossem abolidos: os figurinos podiam ser roupas do dia-a-dia, os cenários podiam ser apenas as coxias do teatro. O grupo começou a usar jogos de dança, a permitir interação da plateia, a fazer movimentos repetidos e criar a partir de tarefas cotidianas (como andar, abaixar, alcançar), além de absorver outros tipos de expressões artísticas em suas apresentações.
O que vemos hoje em Dança Contemporânea é um apanhado de todo o histórico da dança e as metodologias de balé. A base técnica pode vir de qualquer referência, pode-se falar sobre assuntos sérios ou leves, desde que haja qualidade de movimento. Nas grandes companhias de contemporâneo do Brasil e do mundo atualmente, os bailarinos têm base de dança clássica e a movimentação das apresentações conta com um apanhado de Dança Moderna e Contemporânea. Dentre as companhias contemporâneas, eu destacaria a Batsheva Dance Company, de Israel e o Balé da Cidade de São Paulo.
O desenvolvimento da Dança Contemporânea também nos trouxe novos parâmetros e pontos de vista sobre a dança. Passou-se a valorizar muito as sensações, estar no momento presente, utilizar imagens e situações para se movimentar. Esses pensamentos, além de gerarem um movimento muito “verdadeiro”, democratizam a dança. Qualquer pessoa com o treinamento certo pode cumprir essas premissas: tanto faz se é alta ou baixa, gorda ou magra, se tem colo de pé ou não.
O mais legal de tudo isso é que o pensamento contemporâneo foi absorvido nas outras modalidades. O ballet clássico e a dança moderna podem ser ensinados sob a perspectiva contemporânea da dança. O ballet clássico especificamente, passou por um grande desenvolvimento diante disso. Desde a mudança de alguns alinhamentos corporais (que se perceberam não tão saudáveis) até o posicionamento do professor em sala de aula.
Hoje em dia o ballet pode ser visto como uma carreira, como prática de exercício físico, como hobbie… pode ser trabalhado de forma mais artística ou mais física, ou tudo isso junto. No ballet você vai se exercitar enquanto descobre novas e incríveis possibilidades para o seu corpo, ganhando flexibilidade, consciência corporal, força, definição, tudo isso enquanto curte e se emociona com a música e tem um momento especial de estar consigo mesmx.
Numa aula bem feitinha de ballet você não vai ter nem tempo nem vontade de pensar em outra coisa, quanto mais em problema!
Até a próxima,
Nah.
Este artigo é uma colaboração Oh lala, Dani + Nah Tedeschi. Foto de capa: Hamid hamido on Unsplash